Questão de Linguagem
Melhor um pequeno post, que post algum, talvez seja, assim, o melhor jeito de não deixar o espaço em branco. Também é bom fingir que há leitores, ainda que não haja, que escrevo pra mim mesmo e mais uns poucos, e se a mim me custa me ler, quiçá, outro qualquer. Enfim...

Todo esse debate surgiu porque nesta semana, na TV, o PCdoB apresenta seu programa. Concisamente, a apresentação que pude assistir, traz como garoto propaganda um ex-presidente da UNE, agora cada vez mais gordo, que ora ocupa a cadeira gloriosa de ministro dos esportes, ironicamente, este ministro está cada vez mais gordo. Alguns esportes, por sua vez, cada vez mais magros. Após glorificar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que não sei se são feitos que um dito Partido Comunista devesse vangloriar, surge, em letras amarelas em um fundo vermelho, a inscrição: O partido do Socialismo. Hein?
Um dia este mesmo partido, sobre o mesmo fundo vermelho, com as mesmas letras amarelas dizia: O partido da Classe Operária. A mudança, que não é de hoje, indica uma espécie de conciliação ideológica. Classe Operária remete a idéia central do marxismo. Socialismo temos aos montes. Alguns até dizem que há socialismo na China, na Suécia, na Noruega. Há o socialismo cristão, o socialismo bolivariano, o socialismo utópico, o socialismo sebastianista de Jacinto de Tormes, o socialismo stalinista, o socialismo dos socialistas radicais e revolucionários da pátria anarquista. Em meio a tantos socialismos, tenho a impressão que o PCdoB aprendeu direitnho como tornar termos que dizem tanta, rapidamente terem seu sentido esvaziado.
Em tempo, dos tempos de militância, me lembro de algumas expressões que viravam lugar-comum na boca de uns e outros: um deles era "refluxo histórico", quando as coisas pareciam não ir tão bem. Enquanto no coletivo se tem refluxos históricos, eu, cá, na minha solidão, sofro sim de constantes refluxos estomocais.
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Serra, no programa do Datena, ao ser entrevistado, tentou fazer uma comparação futebolística citando o seu Palmeiras e Cleiton Xavier. Percebe-se no entanto que não basta ser doutor e se utilizar da Norma Culta em rede nacional para conseguir construir uma imagem que agrade ao eleitorado. É necessário saber do que se fala, ainda que no Português do Povão, para não cair no ridículo. Se a esquerda vai mal. A direita continua solidamente patética.
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